segunda-feira, 14 de junho de 2010

Continuação

Capitulo 10

Cheguei na escola na hora certa, os carros começavam a parar no estacionamento e os alunos a entrar nas aulas.
Comecei a caminhar em meio a aglomeração de alunos com capas de chuva e entrei na sala de aula, era aula de Química portando as irmãs Aqua deveriam estar ali, mas não estavam, nem mesmo Ciliege.
Pelo visto, as duas tinham os mesmos estranhos costumes.
Mas Claus estava lá, sentado na frente e lendo algum livro qualquer.
Me aproximei, o coração batendo em um descompasso frenético, sentei-me ao seu lado.
Durante a aula uma remota parte de mim me dizia "Olha pra ele! Um gato desses do seu lado e você não vai dar nem uma olhadinha? Que tipo de garota você é?" Mas a parte presente, a parte mais consciente não queria olhar pra ele, porque a tarde anterior
fora realmente estranha e aquela sensação que eu tivera fora assustadora.
Mas não foi possivel ignora-lo por tanto tempo quanto eu queria, nenhuma pessoa sã conseguiria com ele falando com alguém em um sussurro baixo.
Me virei pra ver com quem ele falava.
Era uma garota loura e bronzeada, lembrei-me dela vagamente, estava sentada na mesa de Damon e Francesca na tarde anterior.
Ele olhava fixamente pra ela, sussurrando algo, inclinei-me na cadeira para ouvir.
- Hoje a tarde então? Na frente do Castello Bianco di Caffè - Ele sorriu e ela concordou vibrando
de contentamento enquanto se afastava.
Então, ele estava marcando um encontro?
Não pude deixar de me sentir ligeiramente iludida, depois da carona e tudo o mais na tarde anterior,
pensando bem só a carona, não houvera nada a mais.
Mas uma parte do meu ser disse "Viu, você o perdeu, não consegue mais conquistar NINGUÉM"
E naquele momento, naquele breve momento eu decidi que ia continuar minha vida, que não importava o
que houvesse acontecido na minha familia, aliás, importava sim, mas isso não poderia me impedir de continuar vivendo
minha mãe não ia querer isso.
Eu ia conquista-lo, eu não sabia qual a razão de querer aquilo - além
do obvio fato de ele ser lindo e ter um conversivel - mas havia alguma coisa dentro de mim que dizia
vá em frente, não vai deixar essa loira tirar ele de você.
Você é ruiva querida, o fogo da vida está no seu cabelo e na sua alma, e agora estará no seu coração.
Sim, eu estava louca, mas ainda não tinha conciência de todos os efeitos que Claus surtia sobre mim.
Na hora do intervalo eu me sentei com Damon e Francesca, os dois pareceram muito felizes em ver,
mas a loira não, nem um pouco.
Descobri que o nome dela era Chantal, ela era francesa - pra piorar minha situação - E suas roupas, agora eu
notava eram de grifes como Gucci, Dolce&Gabbana e Prada.
No final da aula meu pai veio me buscar, já que, infelizmente eu ainda não tinha uma droga de carro. Muito menos um conversivel devo acrescentar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

CONTINUAÇÃO!

Capitulo Oito

O céu escurecia, era a hora do crepúsculo e pequenos pontos brancos iluminavam o céu azul escuro, há uns 50 metros havia uma fogueira e vultos negros ao seu redor. eu estava com frio e medo, meu corpo tremia, levantei-me do chão com as costas doloridas e caminhei em direção à cidade.
Ouvi uma voz chamar em italiano, mas ignorei, um dos homens vinha em minha direção e eu apressei o passo e logo cheguei aos limites da cidade, olhei para trás mas não havia ninguém, eu ainda conseguia distinguir o ponto brilhante que era a fogueira.
As ruas estavam iluminadas pelos fracos lampiões, e estavam vazias. a noite ficava cada vez mais negra lá no alto e eu percebi que estava perdida, entrara pela rua errada depois de sair do campo, e estava na zona rica da cidade, as casas eram maiores e mais modernas, pintadas de tons de branco e azul com violetas e tulipas nas janelas amplas de vidro.
- Olá? - falou uma voz em italiano.
virei-me e tentei distinguir a figura levemente mais alta que eu que estava parada em um canto escuro da rua, ela se aproximou do lampião e eu olhei aquele me encarar suavemente.
CONTINUAÇÃO:
Parecia ser um pouco mais velho que eu, tinha cabelos castanhos e um lindo rosto.
- Katherina? é você? - falou em italiano novamente
- Não... sou Angelline - respondi em um tosco italiano.
- Ah! Desculpe - respondeu em inglês ao ver que eu não falava italiano muito bem.
Suspirei de alivio ao ver que ele falava em inglês, ele se aproximou e eu pude ver seus olhos castanhos, era de dar pena como eles estavam tristes.
- Ah... quem está procurando? - perguntei
- Minha irmã, se a vir... - ele pareceu pensar um pouco - bom, não estou te desejando má sorte, não estou desejando que a veja... quero dizer... - Ele suspirou - Vamos começar de novo - sorriu, mas seus olhos continuavam tristes - Sou
Aoron Graan, e você é...?
- Angelline. - falei preocupada com a noite cada vez mas escura.
- E o que fazes em Condessa di Spoletto?
- Onde? - perguntei perdida
- É a rua onde você está agora
- Ah! bom, eu me perdi.
Ele sorriu
- Uma americana perdida em Volterra! Típico - pareceu pensar por um momento, decidindo se deveria ou não me ajudar - Eu... tenho que procurar minha irmã.
- Claro, claro... poderia me indicar como chegar na rua Stella di Matina?
- Stella di Matina? isso fica lonje...
Eu sorri meio sem jeito, se ele não me ajudasse o que eu faria?
- Siga-me - disse ele virando-se e caminhando em direção à outra rua, ele an
dava veloz e el
egantemente.
Caminhei tentando acompanhar seus passos, depois de quase 10 minutos de caminhada silenciosa ele parou em frente a um grande muro com um portão de grades de ferro, de cada lado do portão havia uma coluna negra e redonda, com quase 4 metros de altura toda sua extensão era cheia de símbolos estranhos.
No topo haviam dois anjos entalhados em mármore negro e brilhante.
Apesar de tudo ter uma aparência muito antiga havia uma campainha automática com um i
nterfone ao lado do portão.
Mas o mais impressionante não eram as colunas nem o portão, mas o que havia por trás dele, uma estrada de terra cercada por canteiros de rosas brancas iluminadas por archotes, lampiões antigos de ferro delicado e ao fundo uma eno
rme mansão ao estilo antigo.
- Essa não é minha casa - falei eu boquiaberta
Ele riu
- Eu sei - Deve ser por isso que nunca te vi aí.
Eu ainda não havia entendido.
Ele pareceu adivinhar, porque disse:
- É a minha casa.
Eu perdi o fôlego por um momento.
- Sua casa?
Ele revirou os olhos.
Depois olhou para mim preocupado, como se estivesse decidindo algo importante para minha so
brevivência.
- Acho melhor você não entrar - mas não era uma opinião, era uma ordem.
- Ah... e o que eu faço? - perguntei confusa
- Vou pegar o carro, espere ai.
- Claro - suspirei aliviada. ele certamente saberia onde ficava minha casa.
Ele comprimiu o botão do interfone com as sobrancelhas
unidas de preocupação.
Uma voz rouca perguntou quem era do outro lado da linha.
- Sou eu - falou
ele revirando os olhos.
- Encontrou sua irmã?
- Não, mas
vou pegar o carro.
- Você sabe que isso não vai impedi-la Aoron! Ela vai ouvir o barulho do carro a duas quadras de distância!
- Eu vou pegar o carro tio.
O homem bufou de raiva e o portão se abriu com um rangido.
- Espere - avisou
Eu assenti e olhei novamente para as colunas negras, quando olhei para o portão aberto Aoron já não estava a vista.
Sentei-me na calçada e fiquei pensando em meu sonho estranho.
Minha mãe diria que eu estava assistindo muita TV, apesar dela saber que era mais provavel que fosse fruto dos livros que eu lia.
Ouvi um ronco muito baixo de motor e vi os faróis se aproximando.
Quando o carro chegou no portão eu fiquei paralizada.
Era uma Ferrari Califórnia Spider negra como a noite.
Que mundo era aquele em que eu estava me metendo?
Garotas lindas e misteriosas, garotos lindos e ricos.
Eu estava sonhando?
Ao contrario do que muitas desejariam eu não queria que fosse real, porque se fosse um sonho, minha mãe ainda estaria viva.
A porta se abriu e eu entrei.
Nunca me esqueceria daquela sensação, era como dar o primeiro beijo, ou como andar de bicicleta a primeira vez, você nunca esquece.
Olhei para Aoron e ele abriu um sorriso selvagem mostrando os caninos afiados. isso me deu medo, mas ele era lindo e elegante como um príncipe montado em um cavalo branco, ou, em uma ferrari vermelha.
Ele acelerou pelas ruas enquanto eu sentia o vento em meu rosto.
- Gostou do meu bebe? - riu ele
- Um homem chamar o carro de bebe? Típico!
- Pois é - ele sorriu - somos duas pessoas típicas.
Ele acelerou enquanto eu ria.
então foi diminuindo a velocidade, e eu reconheci a rua vizinha da minha e logo estavamos na minha rua.
- Diga qual casa - falou ele enquanto eu me lamentava por ter sido uma viajem tão rápida.
Indiquei a minha humilde casa e ele parou.
- Não posso comparar minha casa à sua - falei
Ele não respondeu apenas olhou fixamente para a frente como se estivesse em transe.
- Aoron?
Ele continuou encarando o nada
Eu fiquei assustada
-Aoron?
Ele piscou e olhou para mim
- Ah... desculpe - falou
Olhei em seus olhos, estavam em uma fúria muda e repletos de preocupação.
- Aconteceu alguma coisa? - falei preocupada.
Que besteira! se tivesse acontecido como ele saberia?
- Não - falou ele sorrindo - não que eu deva saber.
- Ah... - fiquei em silêncio por um instante - Obrigada pela carona, obrigada mesmo.
- Não foi nada.
- Espero que encontre sua irmã - falei sorrindo
- Eu também espero - falou ele com raiva.
- Tem certeza que está bem?
- Claro.
Abri a porta e sai daquele corcel noturno.
- Obrigada - agradeci novamente
Ele assentiu e arrancou o carro, com uma velocidade incrível o carro fez uma curva e desapareceu na esquina.
Suspirei pensando se o veria novamente.
Entrei em casa sabendo que encontraria Dereck no mesmo estado de antes.
Mas ele não estava lá.
Estranhei ele também não estar no computador e fui até seu quarto.
Ele estava estirado na cama com a cabeça enterrada na almofada, primeiro pensei que estivesse dormindo mas então vi um álbum de fotos jogado no chão e um choro baixo.
- Dereck?
Ele virou e seus olhos estavam vermelhos.
Sentei-me ao lado dele.
- Que aconteceu?
- Me deixa em paz - falou ele voltando a enterrar a cabeça nos travesseiros.
Apanhei o álbum de fotos, a primeira era dele e minha pequenos correndo pelo gramado de nossa casa em NY, a segunda era da mamãe abraçando nós dois.
- Dereck...
Abracei ele e chorei também
Ficamos em silêncio por um tempo
- Você sente falta dela? - falou
- Mas do que você imagina
Suspirei
- Mas temos que continuar a vida não é? - falei
Ele assentiu
- Onde esteve? - perguntou indo até o banheiro para lavar o rosto.
- Por ai...
Ele olhou para mim desconfiado
- Não está namorando está?
- Não seja bobo Dereck! Este é meu primeiro dia na cidade.
- É... eu sei.
Ouvi o barulho do motor do carro do meu pai.

Capítulo Nove

-Olá - falou meu pai entrando
-Oi pai - respondemos em unissono
- Como foi a escola hoje Dereck? impressionou as garotas? - falou ele, e depois virando-se pra mim - Angelline querida, como você está? bateu a cabeça no PRIMEIRO dia! não podia esperar o segundo?
Meu irmão começou a rir
- Bateu a cabeça? é por isso que voltou tão tarde!
- Como assim voltou tarde? não me diga que acabou de voltar! Você sabe que não pode andar por ai a noite e...
- Voltei e encontrei o Dereck CHORANDO.
-CHORANDO? - ele se virou para encarar meu irmão - Por que?
- Por causa da mamãe. - falei tentando mudar de assunto. - Mas e ai pai, como foi o trabalho?
Ele deu um suspiro de cansaço
- São 22:00, estou cansado tenho que ir dormir, amanhã vocês tem aula tratem de descansar.
E bateu a porta do quarto
- Que ótimo! o papai deve estar se sentindo uma maravilha! A mulher dele morreu, a filha é uma retardada que bate a cabeça.
- E você chora o tempo todo como uma criança. - falei irritada
- Não choro o tempo todo! - reclamou revirando os olhos - Foi um momento de emoção, já passou e...
Bati a porta do quarto e o deixei falando sozinho, nada daquilo importava, nada fazia sentido! eu havia andando numa Ferrari maravilhosa no meio da noite com um garoto rico e lindo! eu havia conhecido três garotas que pareciam fadas ! Aquilo estava parecendo coisa de cinema, de conto de fadas moderno ou de um livro de romance e aventura.
Uma ferrari e um conversivel, no MESMO DIA!
Aquilo era maravilhoso...
Tirei os tênis e me joguei na cama adormecendo profundamente.
A manhã seguinte amarrei meus longos cabelos ruivos e me vesti rapidamente, não estava com fome então decidi ir andando já que tinha tempo.
- Vou andando pai, lembro o caminho e estou sem fome.
- Tem certeza? não é melhor comer algo? depois de ontem quero dizer...
- Está tudo bem pai, juro.
Sai para o dia lá fora. Havia uma chuva fina caindo e o céu estava cinzento, uma brisa fresca soprava pela rua de pedras.
- Tem mesmo certeza que deveria andar na chuva? - uma voz feminina perguntou atrás de mim, me virei
Fragola estava parada ali vestida de diversos tons de azul e cinza como o dia chuvoso.
- Olá, não havia visto você - disse sorrindo maravilhada com seus longos cabelos loiros e olhos majestosos.
- Só sou vista quando quero - lançou misteriosa - de qualquer forma não me veria através da parede daquela casa - falou apontando a casa de tijolos da esquina.
- Então é ali que você mora? - falei curiosa e impressionada por morar em uma casa tão humilde na mesma rua da minha.
- Ah não! Não moro em uma casa - falou ela - só não me veria pela parede pois estava na outra esquina.
Ergui as sobrancelhas, ela não morava em uma CASA? o que isso significava? bom, do jeito que era talvez morasse em uma mansão.
- Como assim não mora em uma casa? - falei estupefata
Ela me examinou, estudando meus olhos com curiosidade. Seus olhos brilhavam, eram maravilhosos e profundos, repuxados para cima como uma oriental mas não o suficiente pra isso, quase não se notava.
- Moro em um apartamento- corrigiu em seguida.
- Ah! - falei meio decepcionada com a simplicidade da coisa - Está indo pra escola? - perguntei já sabendo a resposta e me sentindo uma idiota.
- Não - falou docemente
A resposta me surpreendeu, ela não estava indo à escola? onde ia então? será que aquilo era sarcasmo?
- Hm... então, onde está indo? - perguntei com um sorriso bobo.
- Não vou a aula quando chove - falou olhando as nuvens cinzas que cobriam o sol
- Então porque está na rua? - o que era aquilo? e no inverno como ela faria?
- Ah... me refrescando sabe como é, um dia de descanso é saudavel.
Ergui as sobrancelhas confusa.
- Mas... e as suas irmãs? e quem era aquela de cabelos castanhos?
- Ah! minha irmã... as duas, mas seria melhor que não mencionasse nossa conversa... - falou meio distante - elas acham que costumo falar de mais - deu um sorrisinho e pulou uma poça de água. foi então que reparei em seus pés, estavam descalços.
- Por que está descalça? - perguntei mas alto do que pretendia. Tentei disfarçar o choque em minha voz, uma tentativa fracassada.
- Gosto de pisar na grama e na terra molhada. - falou saltando com agilidade e graça outra poça. - Ah... - falei meio chocada e atordoada por lhe parecer tão normal. Será que estava agindo como uma menininha mimada de NY?
- Deveria tentar um dia desses... - falou sorridente - De qualquer jeito tenho que ir andando...
Pulou uma outra poça e dobrou pela rua lateral. Dançando em meio aos chuviscos e poças de água.
Que garota estranha, pensei atordoada. Mas algo me dizia que mais cedo ou mais tarde eu estaria fazendo o que ela recomendara... era estranho, mas gostaria de tentar saltar nas poças de água com os pés descalços.
Continuei minha caminhada para a escola, ouvindo o chapinhar das minhas botas no chão molhado.

Capitulo 10
Cheguei na escola na hora certa, os carros começavam a parar no estacionamento e os alunos a entrar nas aulas.
Comecei a caminhar em meio a aglomeração de alunos com capas de chuva e entrei

domingo, 1 de novembro de 2009

Diaries Of Dream - The Story


A história de uma garota , um sonho, um diário, e um fato que mudará sua vida para sempre
Diaries Of Dream.

Diaries Of Dream

Prefácio:
O terror se apoderou de mim, a verdade entrando em minha pele como uma intrusa, aquele sonho não seria apenas um sonho, aquilo era mais real que qualquer coisa - ele me fitou intensamente e eu pude me ver em seus olhos, ele sorriu, aquele seu sorriso aristocrático e assustador e eu compreendi que daquele segundo em diante minha vida mudaria completamente ele avançou para m
im em um salto leve com muita facilidade, como um gato se atirando para a su
a presa com a certeza de que ela não
escapará, separando os 3 metros que se detinham entre nós, aterrissou a minha frente e arreganhou os dentes, aquele era o momento da fuga desesperada da presa, mas meus membros congelaram com seu olhar frio e então... tudo mudou.



Capítulo Um













Meu Nome é Angelline Chantal Swaant, tenho 16 anos e estou me mudando para a pior cidade possível, seu nome é Volterra, fica na Itália na região da Toscana província de Pisa, tem um total de cerca 11.267 habitantes e sua cultura é antiga e de entediar como meu pai pode mostrar muito bem, enquanto falava sem parar, além disso tem um tamanho de assustadores 252 Km² , rodeado por altos muros de pedra.


Para uma garota acostumada
a morar em Nova York aquilo é o cúmulo, eu estava saindo da minha cidade natal, onde tinha amigos, namorado e um colégio onde fazia parte da turma mais popular para aquilo.
Estou no carro que papai alugou, aterrissei na itália faz 3 horas e me surpreendi ao sentir tanto calor, meu irmão aproveitou para exibir sua inteligência e disse que é porque aqui a
temperatura é muito acentuada nas estações, maldito NERD, sempre foi o favori
to da minha mãe por tirar notas altas na escola, até que ela morreu de câncer a 4 meses atrás.
Meu pai então decidiu se mudar para esse maldito fim do mundo, ele diz que o motivo é termos uma "experiência de vida variada" mas nós todos sabemos que é porque ele não suportaria viver no mesmo pais em que a mamãe morreu.
Para piorar nós é que temos que pagar por isso, vindo morar aqui, cansei de ouvi-lo falar:
" Você vai gostar de Volterra Angelline, é uma cidade maravilhosa, com muita experiência de vida diversificada"
O bobo de meu irmão caiu nessa, mas eu não, eu sei que será como morar em uma vila feudal, as casas de pedra, os grandes muros e as festa
s comemorando alguma coisa de 300.000 anos atrás.
É, acho que é um castigo por um pecado que não cometi.


Querido Diario

Estou tentando lembrar do que sonhei, são 6 horas da manhã, a cidade é exatamente como eu imaginei, não posso dizer que é feia, é bonita e rústica, ideal para um filme antigo, mas pra morar é intediante.
A noite faz frio, de dia faz calor, é cheia de vegetação, vales e campos, a maioria das casas é feita de pedra.
Meu sonho ainda e
stá bem confuso na minha mente, um borrão de imagens, mas é mais ou menos como uma montanha escura desabando sobre mim, e logo depois apareço em uma praia em Miami e uma tsunami cresce aos meus pés, o estranho é que ela nunca cansa de crescer e sem nunca cair, alguém me arranca de lá, mas não sei quem é... não consigo ver seu rosto.
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Levantei e segui para a cozinha, papai já estava lá fazendo ovos com bacon, Dereck estava sentado na mesa, comendo como um porco tudo que alcançava, ele apanhou a garrafa de leite e bebeu.
- Dereck, quer fazer o favor de pegar um copo? - eu falei
- Dereck, sua irmã tem razão, você já tem 19 anos, pelo amor de Deus, não pode ter um pouco mais de educação? - falou meu pai, abafei uma risada,
meu pai estava tentando bancar o pai responsável, isso ela hilário.
- Qual é pai... - ele falou de boca cheia, mas logo resolveu que seria mais fácil gastar seu tempo comendo mais do que discutindo.
Meu irmão não era gordo, na ver
dade, se ele não fosse meu irmão poderia acha-lo bonito, mas ele era repugnante, comia como um porco e só tirava as melhores notas da escola, não tinha amigos - Outro motivo por ele não se importar em se mudar - e além de tudo era convencido.
Ele tinha cabelos escuros e olhos castanhos e um sorriso idiota no rosto.
Sentei a mesa e comi salada de frutas com cereal e suco, nada de carne ou ovos - eu sou vegetariana
Fui até meu quarto, antes de viajar eu havia mudado todo o meu guarda roupa, não queria ser mais aquela menina que todas odeiam ou admiram, eu queria ser apenas eu, não queria chamar a atenção, seria discreta dessa vez.
Vesti uma blusa preta e um jeans, deixei os meus cabelos ruivos soltos e treinei um sorriso " Nada melhor que um sorriso para fazer novas amizades" costumava dizer minha mãe.
Sai de casa no calor do sol da manhã e entrei no carro do meu pai, iria completar 17 anos daqui a um mês, e meu pai me prometera um carro, eu sempre me constrangia em NY por ter que ir à escola no carro de meu pai, mas ali não, ali seria diferente.




Capitulo Três

Eu sai do carro e olhei para a minha nova escola, era um conjunto de prédios de pedra, um grande
sino estava
no topo da maior das casas, uma placa indicava a secretária, as salas
eram pintadas de um branco desbotado deixando aparecer a pedra escura das paredes, havia um enorme local situado no canto esquerdo ele era amplo e moderno, com de vidro por onde se
podia ver o refeitório, no fundo via-se uma casa azul celeste também com janelas e portas de vidro corrediço onde uma placa indicava ser o laboratório, havia um canteiro repleto de flores e uma estufa, um grande gramado com
alguns bancos.
Me virei pra voltar para o carro mas meu pai trancou a porta e baixou o vidro.
-Pai, não vou entrar ai, desista. - fale
i
- Vamos lá Ang, de uma chance a nova escola.
- Não.
- Sua mãe não ia querer ve-la tão teimosa.
- Acontece que ela não está aqui
agora papai, ela MORREU. - tinha sido golpe baixo, eu sabia, mas aquele lugar não era pra mim.
Meu pai me olhou com dor no olhar e eu subitamente me arrependi
- Eu sei Ang, - ele falou triste
- Ok pai, vou dar uma chance a nova escola - disse eu sorrindo com uma falsa confiança no rosto.
Nada que a pena não fizesse comigo.
Me virei e ouvi o motor do carro se afastando, respirei fundo enquanto via os alunos chegando para as aulas, era um pouco cedo mas isso me daria tempo para pegar meus horários.
Fui até a secretária e apanhei um dos folhetos em cima da mesa.
Não havia ninguém presente com quem eu
pudesse conversar mas ao me virar uma mulher rechonchuda com o rosto redondo e sorridente entrou ajustando os óculos.
- Olá querida.
- Hm... oi, meu nome é Angelline, vim pegar meu horario.
- Ah! - falou ela olhando para minha mão com desgosto - vejo que já pegou.
- É... bom... - falei meio constragida
- Já que não sou mais útil aqui lhe devo licenç
a Srtª Angelline.
- Claro
- E seja bem vinda a Luna Chiara High Scho
ol querida. - disse ela com um sorriso falso.
Sai dali e me dirigi a sala indicada pela placa: Ciências.
Ótimo - pensei - odeio Ciências.
Sentei-me no meio da sala - não mais no fundo - pensei.
Uma garota de cabelos crespos e negros veio falar comigo, ela usava uma camiseta de I ♥ NY.
- Olá - falou com um sotaque italiano - Meu
nome é Francesca.
- Oi - disse eu timidamente - Sou Angelline Chantal
- Soube que veio ne Nova
York, é verdade? - falou esperançosa.
- Hm... é.
- Então acho que teremos muito que conversar -sorriu pra mim e
foi se sentar em uma cadeira no fundo
.
Ou, ela era de NY, o que era pouco provável, ou era apaixonada pelo local favorito de filmes de Hollywood.

Capitulo Quatro

A aula não era muito diferente das que eu tinha em Nova York, basicamente o mesmo, com um grau maior de dificuldade agora que eu estava no 3º ano.
As pessoas eram quase todas educadas.

Três coisas eu havia notado em particular: h
avia uma garota muito bonita e muito calada, descobrira por Francesca que se chamava Ciliege (cereja, em italiano) Aqua Petitot ela tinha uma coisa que me chamava
a atenção, como uma áurea disfarçada de nobreza e poder.
A segunda coisa, era que Francesca Sole nunca fora aNova York, ela era apaixonada por tudo daquele lugar e também falava sem para com todos que alcançasse.
E a terceira, é que percebi aquele lugar não seria tão ruim quanto eu pensei que seria.

Comecei a andar em direção da minha próxima aula, Inglês, finalmente algo em que eu me sairia bem.
-Qual sua próxima aula? - perguntou Francesca
-Inglês, duas -falei, torcendo para que ela
não me seguisse com sua tagarelice.
- Ah! -falou ela decepcionada- eu tenho duas de geografia.
- Então acho que nos encontramos no refeitório. - falei sorrindo
Ela concordou e virou-se na outra direção.
- Oi - falou uma voz de garoto.
Me virei, era um garoto com os olhos puxados como japoneses, ele estava sorrindo e segurava um caderno na mão.
- Hm... você esqueceu isso na sala -falou ele
estendendo o caderno.
-Ah! Obrigada -sorri apanhando
o caderno de suas mãos.
- Sou Damon - falou em inglês perfeito estendendo a
mão.
- Ang, Angelline. Sou de Nova York- apertei sua mão.
- Eu sei... sou de San Diego mas me mudei faz 3 anos.
- Qual sua próxima aula? - falou ele.
- Inglês.
- Ah -falou triste - nos vemos no intervalo então - sorriu pra
mim e saiu.
A sala de Inglês ficava no segundo andar de um dos prédios, era ampla e organizada com uma pilha de livros nas prateleiras, das janelas podia se avistar os campos de grão, os vales e montes sob o forte sol, os rios e florestas.
-Bonito não? - falou um garoto.
- É, a vista em Nova York era... um tanto diferente.
- Prédios, prédios e mais prédios...
- Já foi a Nova York?
- Já fui a muitos lugares - falou ele misterioso.
Me virei para ver com quem falava e fiquei sem ar por alg
uns instantes.
Ele era alto de cabelos loiros escuros e um sorriso aristocrático e assustador, um perfume doce e um hálito de menta fresca, era forte e musculoso, tinha olhos azuis e profundos.
- Sou Claus, Claus Graan - disse ele.
Engolfei o ar com esforço.
-Angelline Chantal... - respirei fundo - Swaant. - Ainda doía dizer o nome de minh
a mãe.
- Muito prazer -
falou ele e todo o mundo pareceu parar pra ouvir, realmente, todos nos encaravam agora.
Será que ele era popular? e
u não deveria falar com ele, muito menos perder o fôlego por ele, devia estar parecendo uma idiota.
Respirei e me endireitei, sorri ligeiramente para ele e fui me sentar na frente.
Ele sentou-se ao meu lado.
- Não me siga! - eu disse um tanto dura.
- Ah... mas, aqui é meu lugar, se quiser que eu me mude...
- Não, não - falei constrangida, o que eu estava fazendo?
A professora tinha os cabelos loiros misturados a fios brancos, pres
os em um coque no alto da cabeça, usava óculos de aros de tartaruga e parecia tranquila e sorridente.
- Bom Dia alunos, está é Angelline - disse apontando para
mim - Ela é nova aluna e vai poder nos ajudar na matéria, já que veio de Nova York.
Droga - pensei - lá se vai minha discrição.
Corei.

Capitulo Cinco

As aulas de inglês passaram rápido, eu tive que ajudar os mais dificultados mas infelizmente Claus não era um deles, ele era bonito inteligente e misterioso e não posso esconder que me senti atraída assim como aparentemente todas as garotas da sala, exceto por Ciliege e a sua irmã, a garota que se parecia com ela, Fragola [ em italiano morango] as irmãs Aqua eram bonitas, discretas, misteriosas, silenciosas e pareciam odiar Claus.
O sinal tocou e eu me dirigi junto com todos para o refeitório ele era amplo e iluminado.
Observei o cardápio:
- Macarronada
- Carne
- Frango
- Sanduíches de presunto e queijo
- Ovos mechidos
- Pizza
De todo o cardápio eu apenas poderia comer pizza, macarronada continha carne no molho e o resto eram ovos ou carne, será que eles não tinham mais vegetarianos na escola?
Pedi pizza, a melhor que já comi em minha vida
e senti pela primeira vez a delicia que era a pizza italiana.
Damon estava em uma mesa com 5 garotos e 3 garotas, incluindo Francesca.
Eu não queria me sentar ali com os populares e retornar a minha antiga vida, de algum modo, assim como meu pai, eu estava fugindo, fugindo de tudo que lembrava a vida com minha mãe, eu queria ser a filha que ela nunca teve, eu desejava a
pagar as nossa brigas da memória, o dia em que lhe disse que a odiava, o dia que fugi de casa, quando ela apareceu em casa com o resultado dos exames do câncer que a consumia e fingiu estar tudo bem, quando eu descobri a verdade do modo mais doloroso possível... a perda. E me culpei por não ter dado o devido valor a mulher que eu mais amei.
Sentei-me sozinha, ignorando os sinais de Damon e
Francesca.
Alguém sentou-se a minha frente, era Damon.
-Por que não se senta com a gente?
- Não quero incomodar
- Não brinca! Fala sério Angelline quem não quer sentar na nossa mesa? metade das pessoas aqui queriam estar no seu lugar.
- Então por que não convida uma delas? - olhei ao redor, todos olhavam com inveja a mim e o garoto sentado a minha frente.
- Bom, elas...
- Não são de Nova York? Não tem dinheiro o suficiente? Não são bonitas o suficiente?
- Não! - ele olhou surpreendido - Fico trist
e que pense isso de nós, tem um lugar vago se por acaso desejar se sentar lá mais tarde.
- Me desculpe Damon... eu estou um pouco...
- Olha, só por que sua mãe está morta não quer dizer que tem que descontar isso em todos. - ele saiu com o olhar indignado.
Como ele sabia? quantos deles deveriam saber? era uma escola pequena, provavelmente todos.
Eu não aguentaria mais aquilo, t
odos os dias chegar em casa e não ouvir a voz de minha mãe chamando, a pena das pessoas ao meu redor, aquela cidade, eu queria poder voltar atrás...
precisava de uma distração.
Virei o rosto e uma bola de futebol americano v
oou em minha direção e atingiu meu rosto com muita força, minha cabeça girou e eu perdi os sentidos.
Acordei e percebi que estava na enfermaria, abri os olhos e vi tudo rodar, agora eu duvidava se o que me atingira fora uma bola ou uma pedra, uma bola nao poderia me desacordar.
Um garoto estava parado ao lado da minha cama, respirei fundo. Era Claus Graan mais lindo que nunca e com um sorriso bobo no
rosto ao me ver.
Ele me tocou com sua pele fria e me ajudou a levantar.
-Nossa, aquilo foi uma bola de futebol? - falei
- Foi sim - ele riu - me desculpe, acho que atirei com muita força
- Foi VOCÊ? - falei impressionada - mas como uma bola pode fazer aquilo? nossa... eu...
- Tudo bem, voce já está melhor, mas a enfermeira disse que você estava fraca, comeu pouco?
- Parece que a cantina não tem comida vegetariana.
- Vegetariana? - ele falou rindo de uma piada pessoal - entendo.
- Acho que já posso voltar para as
aulas agora.
Ele conteu uma enorme risada
- A aula acabou faz 20 minutos, resolvi ficar para me desculpar, seu pai nao vem te buscar hoje, ele ligou e disse para você ir a pé para casa.
- Acabou? eu perdi 3 aulas desacordada?
- Sim
- Tem certeza que era uma bola de futebol?
Ele riu. Eu adorava seu sorriso, mas tenho que admitir que me amedrontava um pouco ver seus lábios em movimento.
- Vem, eu te dou uma carona.
- Não... obrigada - aquilo era uma tentação.
- Vamos, é o minimo que posso faz
er depois
de ter te desacordar no primeiro dia de aula.
Aquilo ia contra todos meus instintos, algo nele
me repelia e algo me atraia como um ímã, como uma abelha para uma flor.
- Está bem - falei e meu coração pulsou. Decisão errada - pensei - mas já era tarde para voltar atrás, ele apanhou minha bolsa e caminhamos pelo pátio vazio da escola.


Capítulo Seis

Olhei impressionada para o estacionamento, havia uma camionete preta e velha, eu não esperava uma ferrari, mas no minimo um carro decente para alguém tão bonito.
Ele me guiou até o estacionamento mas não foi em direção ao carro, em vez disso me levou até a
parte de trás de um
dos prédios.
Na sombra de uma das salas e
stava
estacionado um conversível preto e brilhante.
- É seu? - perguntei impressionada
- É sim, é um Conversivel Camaro bonito não?
-Bonito? - eu suspirei - É maravilhoso, Camaro!
- Conhece a marca? - perguntou impressionado
- Se eu conheço? - sorri, é claro que ele estava impressionado, eu era uma das pouquíssimas meninas da face da terra que se interessavam por carros.
- Uma menina que gosta de carros... agora estou apaixonado! -disse ele sorrindo em tom de brincadeira.
Entramos no car
ro e eu senti o cheiro dos bancos de couro, eu mal podia acreditar s
e me dissessem a dois meses atrás que eu estaria na itália, em um conversível camaro com um garoto lindo que me desacordou com uma bola de futebol.
No entanto, ali estava eu, mas real que nunca.
Ele acelerou o carro e me levou através das ruas de pedra.
- Quer dar uma volta antes de ir pra casa?
É claro que eu queria.
-Não posso -falei surpresa por poder me controlar de tal forma
Ele ergueu as sobrancelhas
- Por que não?
- Meu pai deve estar preocupado
- Ah, qual é, ele nem vai sentir falta de alguns minutos.
- Eu realmente... - Ele olhou profundamente em meus olhos e uma sensação estranha percorreu meu corpo, como um formigamento dos dedos dos pés até a cabeça e invadiu um desejo estranho: tenho que ir com ele, tenho que ir com ele, tenho que ir com ele... ficava se repetindo em minha mente como alguém me dando uma ordem, como se ele estivesse usando um poder psíquico para fazer o que ele queria. O desejo era tão forte que eu quase disse : SIM!
Mas uma parte inconciente da minha mente falou: Não! porque eu tenho que ir com ele? eu não vou com ele, eu não quero ir com ele, não tenho
mot
ivos para isso.
Em segundos uma batalha travou-se em minha mente e eu venci.
- Eu realmente não posso.
Ele olhou chocado para mim, como se estivesse vendo um espelho que não mostrava o seu reflexo.
- Ah... claro - falou ainda em estado de choque.
Paramos em frente a minha casa, o carro do meu pai não estava lá.
- Obrigada - falei
Ele não respondeu, apenas olhava para frente em choque.
Entrei em casa, Dereck estava estirado no sofá com um pacote de salgadinhos no colo.
- Não almoçou? - perguntei
- Não, não estou com fome
Olhei para o pacote de salgadinhos em tom de reprovação
-Você não é minha mãe - falou ele
revirei os olhos e fui para cozinha.
Preparei arroz com cogumelos e uma salada.
Comi tudo e fui para meu quarto, queria dar uma saida, esfriar a cabeça e ver os encantos da cidade, mas o maior motivo para sair era não ter que
ficar em casa suportando meu irmão.
Sai de casa e respirei o ar fresco e abafado, co
mecei a caminhar, entrando por ruas de pedra e de terra, em meio a enormes casas de pedra que sombreavam a rua, caminhei pelos negócios fechados e pelo centro até entrar no subúrbio da cidade, continuei até uma cerca de madeira velha que rodeava um enorme campo.
A grama do campo estava seca e queimada pelo sol, havia um conjunto de grandes árvores que sombreavam o vale que se estendia a seguir.
Pulei a cerca e comecei a correr, era incrivel a sensação de lib
erdade que aquilo proporcionava, nunca poderia fazer aquilo em Nova York, nunca teria espaço ou coragem o suficiente.
Sorri enquanto o vento agitava meus cabelos ruivos e cheguei ate o conjunto de árvores, mas outros já estava lá.
Reconheci Ciliege e Fragola Aqua Petitot mas não sabia quem era outra, deduzi que tamém era irmã delas, pois se parecia muito.
Ciliege e Fragola tinham os cabelos loiros e rostos delicados, olhos profund
os e misteriosos, aquele tipo de mulher que poderia ser, em um conto de fadas, uma princesa ou uma guerreira e se encaixaria nos dois papeis.
A outra tinha os cabelos castanhos muito escuros e olhos sábios e severos, de alguém que viveu muito, apesar da apa
rência.
Ciliege Usava Um vestido preto com uma faixa cor de pele e me encarou profundamente.
Fragola Aqua usava uma camiseta preta e branca listrada, um short preto e um sapato da mesma cor, me olhou docemente enquanto eu me aproximava.
A outra estava de rosa e nao me olhou, encarou o ar pensativemente, estava com uma flor pequena na boca e parecia estar sonhando acordada, nem notou minha presença.

Elas sussurraram algo entre si enquanto eu me aproximava.
Fragola sorriu docemente.
- Olá - falei enquanto me aproximava delas.
A de cabelos castanhos continuava olhando para o vazio.
E então ouvi a voz de Ciliege.
Era doce e tilintava nos ouvidos como pequenos sinos repicando ao longe.
- Olá - disse educadamente porém séria - Nós já estamos indo.
- Ah... - falei decepcionada, gostaria de ser amiga de figuras espetaculares como elas.
- Carina - Murmurou Fragola para a garota em "transe" - Temos que ir Carina.
A garota piscou e olhou surpresa para Fragola, como se não soubesse que ela estava ali.
Ela respondeu em italiano com uma voz suave.
Ciliege leantou-se com habilidades de uma ginasta, de pé eu percebi que ela era muito mais magestosa, seus olhos vibravam e sua postura reta combinava com seu corpo esguio, ela era mais alta que eu e também mais magra e espetacular.
As três de pé me faziam sentir insignificante, a garota chamada Carina olhou-me nos olhos com curiosidade depois virou a cabeça e sorriu para Ciliege como se estivesse comunicando algo que havia descoberto sobre mim.
Ciliege olhou-me com rispidez e falou com sua voz melodiosa:
- Não venha mais aqui - não era uma ordem, nem um pedido, era um aviso de perigo - Pode não encontrar pessoas tão receptivas como nós.
Receptivas? -pensei- elas me tratavam com frieza e desgosto.
Assenti meio abobalhada com sua beleza surreal.
Elas se retiraram com passos rápidos e suaves, nunca as havia visto andar, elas não pareciam andar era como se flutuassem levadas por uma leve brisa, como se voassem.
Poderiam ser fadas se tivessem asas.
Fadas, seria algo que poderiam ser se eu achasse que existissem, eram belas surreais e doces e sobre tudo misteriosas.
Eu as vi se afastar até desaparecerem pelas ruas da cidade, aquilo tudo era muito estranho, aquele lugar e aquelas pessoas.
Será que todo mundo ali era tão bonito e misterioso?
Sentei-me na sobra de uma grande árvore e encostei a cabeça no tronco, logo logo adormeci.

Capítulo Sete

Logo o mundo dos sonhos me envolveu, eu estava em uma clareira em uma densa floresta, era noite e a luz do luar penetrava pelas ramas das altas árvores, três figuras estavam paradas sobre a luz esbranquiçada, pareciam-se muito com as irmãs Aqua mas estas tinham asas.
Ciliege Tinha asas azuis muito claras, Fragola tinha pequenas asas transparentes com veias prateadas percorrendo toda sua extensão, como rachaduras ou raizes brilhantes. Carina tinha duas grandes asas de borboleta, eram brancas e irradiavam uma luz perolada.
Elas estavam atentas, alertas a um perigo desconhecido para mim.
Logo escutei o som de folhas secas sendo pisadas, olhei o chão da clareira e me horrizei, havia uma mulher morta ali, seus olhos abertos ainda exibiam o espanto de quando viva, seu pescoço tinha uma mordida de animal e pingava sangue fresco.
Do outro lado da clareira uma figura surgiu era Claus e eu logo me senti segura... mas então eu vi que seus olhos estavam vermelhos, sua pele ficava ainda mais assustadora com a luz do luar e seus caninos estavam afiados e ameaçadores.
Os olhos das irmãs Aqua ficaram de um intenso e vibrante azul, faiscas de rancor pareciam sair deles e elas ficaram mais assustadoras do que nunca.
Claus olhou em minha direção e seus olhos voltaram ao tom normal de azul, ele olhou-me triste como se pedisse desculpas por ser algo tão monstruoso, algo vermelho brilhou em seus lábios e percebi que sua boca sangrava mas não havia nenhum machucado, olhei para a mulher no chão e compreendi o que se passava horrorizada.
O terror se apoderou de mim, a verdade entrando em minha pele como uma intrusa,ele me fitou intensamente e eu pude me ver em seus olhos, ele sorriu, aquele seu sorriso aristocrático e assustador e eu compreendi que daquele segundo em diante minha vida mudaria completamente ele avançou para mim em um salto leve com muita facilidade, como um gato se atirando para a sua presa com a certeza de que ela não escapará, separando os 3 metros que se detinham entre nós, aterrissou a minha frente e arreganhou os dentes, aquele era o momento da fuga desesperada da presa, mas meus membros congelaram com seu olhar frio e então... tudo mudou.
não era para mim que ele olhava ameaçador, mas para algo às minhas costas, as irmãs Aqua também olhavam naquela direção.
Me virei, porém tudo estava escuro na floresta.
Vi um movimento na escuridão e senti os braços de Claus enquanto ele afastava-me e se posicionava na minha frente em posição de proteção.
Não importava o quanto ele estava me protegendo, sua boca estava com aquele sangue... o sangue da mulher, e o que eu fazia ali?
Algo saiu da escuridão.
E eu acordei.

Capitulo Oito

O seu escurecia, era a hora do crepúsculo e pequenos pontos brancos iluminavam o céu azul escuro, há uns 50 metros havia uma fogueira e vultos negros ao seu redor. eu estava com frio e medo, meu corpo tremia, levantei-me do chão com as costas doloridas e caminhei em direção à cidade.
Ouvi uma voz chamar em italiano, mas ignorei, um dos homens vinha em minha direção e eu apressei o passo e logo cheguei aos limites da cidade, olhei para trás mas não havia ninguém, eu ainda conseguia distinguir o ponto brilhante que era a fogueira.
As ruas estavam iluminadas pelos fracos lampiões, e estavam vazias. a noite ficava cada vez mais negra lá no alto e eu percebi que estava perdida, entrara pela rua errada depois de sair do campo, e estava na zona rica da cidade, as casas eram maiores e mais modernas, pintadas de tons de branco e azul com violetas e tulipas nas janelas amplas de vidro.
- Olá? - falou uma voz em italiano.
virei-me e tentei distinguir a figura levemente mais alta que eu que estava parada em um canto escuro da rua, ela se aproximou do lampião e eu olhei aquele garoto maravilhoso me encarar suavemente.